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domingo, 2 de outubro de 2016
sábado, 12 de março de 2016
PICASSO E SUAS GRAVURAS Por Nicéas Romeo Zanchett
Descanso da Modelo.
Obra de Picasso.
Uma das grandes paixões de Picasso era o desenho e gravuras. Sempre foi um ativo participante de movimentos poéticos. Teve a felicidade de viver numa época de efervescência cultural francesa. Convivia com artistas que buscam algo de novo nas artes. Fez parte da Sociedade dos pintores-Gravadores e chegou a revolucionar a técnica de gravação em borracha. Pode-se até dizer que foi esta sociedade que fez a gravura renascer.
Tal como aconteceu com Matisse, Braque e Manet, Picasso foi um dos responsáveis pela revitalização da gravura no início do século XX. Na década de 30, fez uma série de 300 gravuras para livros de poesia editados por Ambroise Vollard. Também criou uma série de gravuras para um catálogo de espécie de animais editado na França por Le Bouffon.
O trabalho do artista como gravador sempre foi muito impulsivo. Sua técnica era despojada e, de forma criativa, gostava de experimentar coisas diferente. Registrou todas as fases de sua carreira em gravuras e era um adepto da técnica de água-forte.
Goia e Rembrandt foram grandes gravadores, mas a obra do artista espanhol não deixa nada a dever.
A gravura é uma arte que tem vida própria. Não é apenas uma reprodução de desenhos.
Nicéas Romeo Zanchett
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Veja também > OBRAS DE PICASSO
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COMO JULGAR UMA PINTURA Por Nicéas Romeo Zanchett
Pintura acrílica de
Nicéas Romeo Zanchett
a) Não se pode julgar uma obra sem primeiro olha-la atentamente. Observe cada detalhe sem se preocupar com o assunto que ela representa. Uma prolongada observação poderá indicar-lhe como a obra foi concebida.
b) Não condene uma obra só pelo fato de nunca ter visto algo assim. A pintura é sempre uma criação e portanto o artista tem o direito de abstrair-se da realidade imediata. Um bom exemplo são as obras cubistas de |Picasso. Muitos odeiam e outros amam e muitos outros não as entendem. Mas, geralmente são oras criadas com muito talento e, portanto, de qualidade. Você pode gostar ou não, mas não pode julgá-la como ruim pelo fato do artista ter usado a cor verde ou outra para pintar uma mulher.
c) Um bom tema não é suficiente para uma boa pintura, mas uma boa pintura torna bom qualquer tema. Uma natureza morta pode ser tão boa quanto um nu feminino ou uma paisagem.
Paisagem de Van Gogh
d) Não fique o tempo todo interrogando o que quer dizer isso ou aquilo. Uma obra de arte é como uma sinfonia. Ao ouvir uma bela música você a sente penetrar e atingir suas emoções. Pode gostar ou não. Muitos não gostam das obras clássicas, mas isto não desmerece sua qualidade. Com uma boa pintura acontece a mesma coisa. A linguagem da música são os sons e da pintura são as cores e formas.
e) Gostar ou não gostar de determinada obra não é a questão. Sendo a pintura uma linguagem de comunicação visual, cabe a ela comunicar-se com você, não você com ela. . Portanto deixe que a pintura o absorva e atinja seus sentidos.
f) Cada estilo de pintura tem linhas próprias de comunicação. Ao observar as linhas de sua composição verifique se elas se desenvolvem sem muitos acidentes ou se, pelo contrário, são extremamente acidentadas.
g) Quando temos uma pintura de estilo coerente, às linhas calmas sucedem-se cores límpidas e espalhadas regularmente na tela. Cores violentamente contrastadas são de linhas acidentais. Isto pode das uma noção do estado de espírito do artista ao concebê-la. Um bom exemplo a ser observado são as obras de Van Gogh em suas diversas fazes.
h) Se na obra houver o "claro-escuro" observe seu equilíbrio. O claro escuro é o artifício utilizado pelos artistas conscientes para dar a sensação de terceira dimensão. Ao claro corresponde a parte que se encontra na luz e ao escuro o lado da sombra. Daí a importância do equilíbrio entre os dois. Em pintores ou estilo que preferem as cores e linhas serenas, geralmente o claro-escuro é pouco visível, e essas pinturas parecem ter pouca profundidade. Isto é normal e, portanto, não desqualifica a pintura.
Obra de Romeo Zanchett
Obra de Romeo Zanchett
Ouro Preto - MG.
i) É a atenta observação da obra que lhe dirá se o artista deu mais valor aos volumes ou se preferiu dar mais ênfase à cor. No primeiro caso teríamos uma pintura de valores escultóricos e no segundo teríamos uma pintura de vários cromáticos. Diante de uma pintura de valores escultóricos não se pode exibir cores violentas. Da mesma forma, não se pode incriminar um pintor de obras com valores cromáticos por não dar volume às suas figuras. Cada pintura tem sua essência que pode ser criativa ou não.
j) Cada época e cada indivíduo tem seu estilo característico. Seria absurdo imaginar todos pintando da mesma forma. Isto acontecia nas obras do antigo Egito que eram copiadas indefinidamente. Se fosse assim não seria arte, criação individual. Se Picasso pintasse como Rafael, um "Picasso" não seria um "Picasso". Cada artista reflete seu próprio mundo, sua época e, portanto, impossível de ser imitado.
k) Os artistas sofrem influência de outros artistas. Trezentos anos depois de Rafael Sânzio, Ingres sofreu sua influência ao pintar o rosto de uma moça do século XIX. Ao pintar a nova Madona, Ingres buscou inspiração na pintura renascentista. Isto tudo é muito comum em toda a história da arte.
Nicéas Romeo Zanchett
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