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segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

A ARTE DE MUNCH


Edvard Munch 
Por Nicéas Romeo Zanchett
             Edvard Munch, filho de um médico, nasceu em Löyten, ao norte de Cristiânia, atual Oslo, no dia 12 de dezembro de 1863. Em 1868, com o falecimento da mãe, a tia Karen Bölstad se encarregou de sua educação e iniciação artística. 
             Sua primeira e breve viagem a Paris deu-se em 1885. Na volta, passa uma temporada em Asgaard, na costa de Fiordes da Noruega. 
             Em 1884, Munch expõe sua obra "Madrugada, que refletia certa influência impressionista. Nesta época sua obra voltava-se para diversas áreas de experiência pictórica. O artista buscava seu estilo em diversas formas de expressão. 
             Em 1889 retornou a Paris, onde permaneceu por quatro meses. Foi nessa ocasião que teve contato com os impressionistas e pós-impressionistas. Ficou muito interessado nos trabalhos de Manet, Degas e principalmente Van Gogh. 
             
           Em 1892, já com 29 anos, expõe seu "painel da vida" em Berlim, onde integrou a Secessão local, formada após o fechamento compulsório da mostra. Sexo e angústia são os temas mais salientes desta obra, onde os rostos se tornam lineares, sem uma expressão concludente, e o corpo humano também se sintetiza num traço, um arco de prostração física ou mental. Não é mais um ambiente neutro, mas um prolongamento psíquico do homem, onde a própria paisagem assimila o desespero dos personagens. Nesta ocasião conheceu o colecionador Kollmann, o dramaturgo sueco Strindberg e o pintor polonês Przybyszewski, que lhe dedica um ensaio intitulado "A Obra de Edvard Munch". 
          Em 1894 inicia uma série de gravuras, seguida de litografias. Suas silogravuras apresentam grande influência da obra de Toulouse Lautrec. Nesta época, em Paris, sua obra ainda passava quase despercebida, mas na Alemanha já encontrava grande ressonância. O renovador do teatro berlinense Max Reinhardt confia-lhe os cenários de sua montagem da peça "Os Espectros" de Ibsen que estreou em 1906,
           Completou seus estudos de arte gráfica em paris, principalmente com August Clot.


           Em 1902, em Berlin conheceu Max Linde, que viria a tornar-se seu amigo e mecenas. 


           Em 1906 fixa residência em Weimar, junto ao Conde Keesler, onde faz amizade com Van de Velde e com a irmã do filósofo alemão Nietzche, cujos conhecimentos influenciaram grande parte de sua obra. Na mesma ocasião pinta o seu "Retrato Ideal".  



                Sua primeira crise nervosa ocorreu em 1908. Foi internado na clínica do Dr. Jacobson Copenhaga durante oito meses. O diagnóstico foi uma profunda depressão psíquica. Após estar curado passa a pintar obras mais otimistas, começando com um mural para a Universidade de Oslo. 

                A partir de 1910, Munch passa a viver retirado no campo, primeiro em Ramme, perto de Huitseten, depois fixa residência em Sköten, perto de Oslo. 
                Em 1912 expõe na cidade de Colônia (Alemanha), onde teve grande apoio e repercussão consagradora. Na famosa exposição Sonderbund de Colônia, que oferecia uma visão de conjunto de tendências mais importantes da arte, Munch teve à sua disposição uma sala individual como homenagem a um dos pintores que mais importância tivera para o desenvolvimento da arte nova.
                Em 1916, em busca de tranquilidade e novas inspirações, muda-se para a granja Ekley, em Sköten, nas proximidades de Oslo.  
                No período da Segunda Guerra Mundial, em 1937 é denunciado pelos nazistas que consideraram seu trabalho como "arte degenerada" e então teve algumas obras confiscadas. 
               Com a Noruega sob ocupação alemã, em 1940, se recusa  a aceitar um cargo honorífico oficial. 
               Após executar uma série de auto retratos, falece solitário em Sköyen no dia 23 de janeiro de 1944. 
               Edward Munch é a primeira contribuição da Escandinávia à pintura européia. Sua primeira fase se insere na corrente internacional do Naturalismo. 
               O Expressionismo alemão reconhecia em Munch um de seus legítimos precursores. Uma gravura em cores, "O Grito" é a bandeira desse movimento. Ele centraliza o rosto do homem como fonte de sons e ondas de cor, que se dilatam concentricamente no ar, espalhando o sentimento trágico da vida  e a sensação de catástrofe iminente. Muitas de suas obras isolarão uma só figura num ambiente envolvente. Edward Munch deu à cidade de Oslo todo o seu legado artístico, que se compunha de 1.200 pinturas, 7.500 desenhos, 18.000 trabalhos  gráficos e seis esculturas, além de documentos e escritos, material que se expõe, quase na sua totalidade, no Museu Munch (Munch Museet) da capital norueguesa. 
               Em 2 de maio de 2012, sua obra "O Grito" foi leiloada pelo valor de U$ 107.000.000 (cento e sete milhões de dólares) O dinheiro, segundo promessa, será investido no museu que leva seu nome. 
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Nicéas Romeo Zanchett