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terça-feira, 2 de julho de 2013

INÍCIO DA LITERATURA CRISTÃ- Por Romeo Zanchett


INÍCIO DA LITERATURA CRISTÃ
Por Nicéas Romeo Zanchett 
                     O cristianismo surgiu na capital do Império Romano no tempo de Cláudio. De lá, estendeu suas conquistas até as províncias mais afastadas do mundo ocidental. No princípio, a nova religião era professada por pessoas de condição humilde, mas aos poucos foi se infiltrando gradualmente nas classes elevadas. 
                     A oposição suscitada pelos defensores do paganismo, nos séculos II e III, e deu como resultado uma literatura  de caráter apologético, que opôs sua réplica contundente aos escritos dos partidários das antigas crenças.  
                     Mais tarde (possivelmente nos séculos IV e V), quando já tinha cessado a época da perseguições, os padres da Igreja ensinam a nova doutrina e os poetas  celebram suas belezas. 
                     Entre os apologistas importantes figuram Tertuliano (155 x 225), polemista fogoso e grande orador; São Cipriano, bispo de Cartago, autor de várias obras, entre elas uma série interessantíssima de Cartas;  Minúcio Félix, que em diálogo de estilo ciceroniano, intitulado Octávio, defendeu com energia os princípios da nova fé;  Também tiveram destaque Lactâncio e muitos outros. 
                     Os principais padres da Igreja foram São Hilário, bispo de Poitiers; Santo Ambrósio, arcebispo de Milão; e São Jerônimo (331 x 420), que além de traduzir o Antigo e o Novo Testamento (a Vulgata), deixou uma coleção de Cartas, de inapreciável valor, extensos escritos dogmáticos e polêmicos, uma Crônica e um tratado do "Varões Ilustres", continuando depois por Genádio, Santo Isidoro e Santo Ildefonso. Para finalizar, temos Santo Agostinho (350 x 430), bispo de Hipona, na África, cujas duas obras principais são "A Cidade de Deus" e "As Confissões", dois dos mais belos livros de todos os tempos. 
                     Os poetas da época também tiveram destaque. Entre eles podemos citar Comodiano, Sidônio Apolinário, Sedúlio, São Paulino de Nola, e o espanhol Marco Aurélio Prudêncio Clemente, que, dotado de fina sensibilidade e de poderosa imaginação, expôs com clareza as teses mais sutis e cantou os heróis da nova crença em hinos cheios de fervor. 
                     Figura de relevo dessa época foi Marco Aurélio, o imperador-filósofo, cuja obra  principal tomou o título de "Meditações". 
                     Como exemplo da filosofia desse grande imperador, que foi um dos maiores  governantes do Império Romano, temos algumas citações:
                    "Lembre-se de que há pessoas que, apesar de serem muito ativas, nada fazem de proveitoso. Cansam-se inutilmente e esgotam suas forças sem aspirarem a um fim determinado, sem obedecer a nenhum plano." 
                     " Deves proceder sempre, pensando que podes morrer quando menos o esperes; mas isso sem temeres a morte. Se há deuses ou Providência, serás salvo; e, se não os houvesse, um mundo sem deuses não é digno de que o homem viva nele."
                      " Devemos de preferência atender às nossas almas, pois os corpos estão perdidos. Hipócrates, que curou tantas  doenças, por fim caiu enfermo e morreu."
                      " Alexandre, Pompeu e Júlio César, que semearam por toda parte a morte e a destruição, acabaram por ser mortos e destruídos. Demócrito foi derrotado pelos vermes e outros vermes destruíram Sócrates." 
                      " Não é absolutamente necessário abandonar a cidade para encontrar a paz. Devemos aprender a maneira de nos separarmos em nós mesmos e assim encontraremos uma paz perfeita, ainda que nos rodeie a multidão." 
                       " Não procedas com se tivesses diante de ti dez mil anos de vida; a morte acotovela-nos. Procura, enquanto vives, servir para alguma coisa que esteja ao alcance de tuas aptidões. Bem depressa serás de novo absorvido por essa força diretora do Universo que te deu a vida." 
                       Marco Aurélio foi um grande sábio; procurou em sua vida, praticar as virtudes que recomendava ao próximo. Diante dessa grandeza, seus erros se apequenaram. 
Nicéas Romeo Zanchett 
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